Capri e Anacapri: as duas povoações da ilha parecem ser outra dimensão dos infinitos paradoxos que enformam a essência da ilha. A primeira é símbolo de um cosmopolitismo ímpar, de uma vertigem que durante o dia quase atinge o insuportável, com milhares de turistas desembarcando no Porto de Marina Grande para a visita breve de um dia à ilha. Mas noites de Capri são o perfeito oposto e o antídoto: deambular por ruelas periféricas como a Via Traghara, tendo por única música as sonatas de noctívagas cigarras e o rumor côncavo do mar, onde mal se adivinham as sombras dos emblemáticos faraglioni, é uma experiência que mais parece uma súbita viagem no tempo até ao regaço de um éden perdido.
Anacapri é quase o anagrama urbano de Capri; situada no lado ocidental da ilha, a poucos minutos de Capri, é (já foi mais) uma cidadezinha bem mais reservada do aluvião turístico que diariamente desembarca na ilha. Jardins luxuriantes rodeiam terraços luminosos de cal e de sol, casas mediterrânicas sucedem-se ao longo de plácidas ruelas imersas aqui e ali numa sombra meiga, o toque rural das hortas e das vinhas prossegue, enfim, uma convivência amigável e secular com as velhas villas romanas que os patrícios da Cidade Eterna aí edificaram.
Não muito longe da Via Orlandi, a meio caminho dos Banhos de Tibério, ergue-se a magnífica Villa San Michelle, antiga residência do médico e humanista sueco Axel Munthe. Henry James, numa mais do que provável ambígua expressão, descreveu-a como “one of the most fantastic beauty, poetry and inutility that I have ever seen clustered together”.
Não menos singulares são os caprichos naturais de que a ilha é invulgarmente pródiga: o Salto de Tibério, uma escarpa a pique sobre o mar, abismo providencial de onde o imperador fazia precipitar inimigos e caídos em desgraça, o Arco Naturale, uma bizarra formação rochosa em forma de arco, ou a Grotta Azzurra, famosa gruta marinha cuja água se tinge, por acção de uma extraordinária e feliz refracção da luz, de um fantástico azul, como se uma fortíssima iluminação de néon irrompesse do fundo do mar.
Apesar das contingências vertiginosas, cada vez mais imprevisíveis, de um mundo em permanente mutação e cada vez mais pequeno - com as óbvias consequências em termos de volubilidade das modas turísticas -, Capri está longe ter esgotado o seu feitiço ou de se ver ultrapassada na sua aura de sofisticado paraíso de lazer. Os anos 50 e 60 foram tempos de glória; sobreveio depois alguma discrição, apenas isso.
Tal com nos tempos em que a ilha era lugar de vilegiatura dos senhores de um dos maiores impérios que o mundo conheceu, as cigarras ali continuam, sem qualquer parcimónia, a perfumar a noite mediterrânica com os seus orgíacos cantos.
Fonte: http://www.almadeviajante.com/viagens/italia/capri.php
Você vai à Capri? Nossa, já estou doida para voltar à Itália e ir lá. Fiz um post (enorme) hoje em homenagem âo seu blog, já que me ajudou tanto no meu planejamento, resolvi contribuir.
ResponderExcluirAbraços,
Oi Raquel, vou para Capri sim... Um dia passeando por aquele lugar horrível...rsrs... Obrigado pelo post! Já conferi e deixei msg...
ResponderExcluirbjs
Oi Marcio!
ResponderExcluirJá voltei de viagem e estou devendo um e-mail com as dicas.
Capri foi um lugar que me surpreendeu. É bem diferente de tudo que eu tinha visto até então. O visual é paradisíaco.
Abs,
Milena Giupponi
Oi Mile...
ResponderExcluirEstou esperando o email hein? rsrs
abs
Eu vou p Anacapri e vi q até está vc postou ueba!!bjim ah!! assim eu q vou dar aula p o guia hhehehehh
ResponderExcluirFico feliz com o comentário, Lucia... Boa viagem!
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